Aeroporto João Paulo II: CDS quer acabar com constrangimentos provocados a passageiros em trânsito

O Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores, Artur Lima, questionou, esta sexta-feira, o Governo Regional sobre os constrangimentos provocados aos passageiros em trânsito no Aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada, uma vez que estes são obrigados a passar novamente por um controlo de segurança com todos os desconfortos e atrasos que tal situação possa gerar.

Num requerimento entregue no Parlamento Açoriano, Artur Lima frisa o facto da gestão aeroportuária estar concessionada à ANA/Vinci, mas salienta que o handling (prestação de serviços de assistência em terra) é da responsabilidade da SATA, pelo que diz não compreender porque motivo, e ao contrário de todos os outros aeroportos da Região, em Ponta Delgada os passageiros em trânsito têm que sair e voltar a passar pela segurança para apanharem o respetivo voo de ligação para o seu destino final.  

“A realidade arquipelágica e o sistema de transporte aéreo de passageiros existente na Região”, o facto de “a SATA concentrar, na ilha de São Miguel, as frotas de médio e longo curso e inter-ilhas” e a própria realidade do mercado que leva que “no Aeroporto João Paulo II operem um maior número de companhias e voos”, leva a que muitos passageiros tenham apenas que fazer uma escala naquela infraestrutura aeroportuária a fim de apanharem as suas ligações para o destino.

Ora, segundo revela o Líder Parlamentar popular, “em 2016, entre passageiros desembarcados, embarcados e em trânsito, nos voos de ligação inter-ilhas, voos territoriais e voos internacionais, o Aeroporto João Paulo II movimentou mais de 1,5 milhões de passageiros”, sendo que “só passageiros em trânsito foram cerca de 29 mil”.

Por definição um passageiro em trânsito é detentor de um bilhete de avião que, entre a sua origem e o seu destino final, é obrigado a fazer uma paragem num determinado aeroporto para continuar a sua viagem na mesma ou noutra aeronave, mas com o mesmo número de voo e, na Região, “por norma, um passageiro em trânsito, numa escala, desembarca e é diretamente encaminhado para a sala de embarque, sem ser necessário voltar a passar pelos pórticos de segurança”.

Porém, acrescenta, “nos Açores, o Aeroporto João Paulo II é o único aeroporto que obriga os passageiros em trânsito a desembarcar completamente e serem submetidos a novo processo de embarque e de fiscalização nos pórticos de segurança, reduzindo o conforto e aumentando os tempos de espera, muitas vezes, para voos de ligação imediatamente a seguir à escala”, isto apesar de “o Aeroporto João Paulo II ter vias de ligação internas para que os passageiros em trânsito possam aceder diretamente à sala de embarque após o desembarque em escala, só que os mesmos não são utilizados”.  

Assim, os democratas-cristãos açorianos questionam o executivo socialista sobre a matéria, concretamente: “Considera o Governo Regional adequado que havendo passagens internas diretas entre a sala de desembarque e a sala de embarque os passageiros em trânsito no Aeroporto João Paulo II de Ponta Delgada não sejam diretamente encaminhados para a sala de embarque?”.

Artur Lima, Graça Silveira, Catarina Cabeceiras e Alonso Miguel perguntam ainda “Qual é a entidade responsável por este procedimento?”; “Que diligências já desenvolveu o Governo Regional junto da concessionária da exploração da infraestrutura aeroportuária ANA/Vinci no sentido de evitar esta situação de desconforto e incómodo para os passageiros em trânsito?” e “Por que motivo esta situação acontece, no âmbito dos aeroportos da Região, única e exclusivamente no Aeroporto João Paulo II de Ponta Delgada?”.

Por fim, e defendendo que se devem poupar os passageiros em trânsito a todo um processo a que já foram submetidos no início das suas viagens, indagam ainda sobre “Qual o motivo para que os acessos internos, entre a sala de desembarque e a sala de embarque do Aeroporto João Paulo II, não sejam utilizados pelos passageiros em trânsito?”.

 

Ponta Delgada, 10 de março de 2017