Regionais 2016: CDS denuncia quebra de protocolos do Governo socialista com Cruz Vermelha

O candidato do CDS-PP pela ilha Terceira às eleições Regionais de 16 de outubro, Alonso Miguel, salientou, esta quinta-feira, “a importância dos serviços prestados pela Cruz Vermelha Portuguesa na ilha Terceira”, denunciando que o Governo Regional “quebrou todos os protocolos que mantinha” com a instituição, nalguns casos, “sem qualquer aviso prévio”.

Após uma visita à Cruz Vermelha, em Angra do Heroísmo, os candidatos populares Alonso Miguel, Séfora Costa e Félix Rodrigues, denunciaram que, “neste momento, a instituição atravessa dificuldades financeiras devido à quebra dos protocolos que existiam com o Governo Regional” socialista.

“A Cruz Vermelha é uma das instituições mais acarinhadas na ilha Terceira, a quem se reconhece a importância do serviço prestado ao longo de muitos anos e que parece estar a ser desprezada pelo Governo Regional. Não se percebe a razão pela qual os protocolos foram quebrados, pois não houve qualquer justificação e, aparentemente, apenas a SAUDAÇOR se dignou a informar com antecedência que iria quebrar o protocolo”, criticaram os candidatos.

Durante a reunião com os responsáveis da Cruz Vermelha na cidade Património Mundial, Alonso Miguel ouviu que, desde junho de 2015, “já haviam sido quebrados os três únicos protocolos com departamentos governamentais” (Secretaria Regional da Educação e Cultura, Secretaria Regional da Solidariedade Social e SAUDAÇOR), registando que “o protocolo com a Segurança Social tinha um valor de 7.500€/mês e era o mais significativo e que permitia pagar o ordenado dos seis funcionários, implicando os transportes de utentes”.

Por outro ado, acrescentou, “o protocolo com a Educação era de 8.000€ anuais, divididos em duas tranches, que servia para a presença e assistência nos jogos e acompanhamento de outras iniciativas desportivas”, enquanto “o protocolo com a SAUDAÇOR era de apenas 250€/mês e destinava-se a financiar o Posto de Enfermagem/Urgência (enfermeiro)”.

Os candidatos do CDS-PP nas eleições de 16 de outubro na lista encabeçada por Artur Lima frisam que “se até se pode entender que a Segurança Social tenha alternativas para os transportes de utentes, o mesmo não se pode dizer dos outros departamentos governamentais”.

“Quebrando o protocolo com a Cruz Vermelha passaram a haver jogos desportivos onde o serviço (obrigatório) não é prestado, pondo em risco a segurança e a integridade física dos desportistas. Com o encerramento do posto de enfermagem, passou a abrir-se o centro de saúde aos fins-de-semana, mas, aparentemente, apenas com marcação. O Posto de Enfermagem atendia, em média, cerca de 20 pessoas por dia, o que corresponde a cerca de 600 atendimentos mensais. Se o valor do protocolo com a SAUDAÇOR era de 250€/mês, significa que cada atendimento custava pouco mais de 40 cêntimos. A pergunta que se deve fazer é quanto custa a abertura do centro de saúde ao fim se semana e que valor corresponde a cada atendimento com essa alternativa?”, denunciou Alonso Miguel.

“Há aqui qualquer má vontade. Os protocolos que o Governo Regional tinha com a Cruz Vermelha não foram quebrados por dificuldades financeiras das entidades parceiras, caso contrário muito mal estaria a Região para que não assegurasse protocolos de tão baixos valores para assegurar serviços tão importantes e em alguns casos obrigatórios. Parece haver aqui alguma falta de vontade política”, denunciou.

 

Angra do Heroísmo, 8 de setembro de 2016