CDS denuncia: Governo promete novos barcos, mas nunca pediu autorização de financiamento a Bruxelas

A Vice-presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores, Graça Silveira, denunciou, esta quinta-feira à noite, que o Governo Regional “engana” os Açorianos todas as vezes que promete construir dois novos mega barcos para o transporte marítimo de passageiros inter-ilhas, uma vez que a realização deste investimento superior a 85 milhões de euros carece de autorização prévia da Comissão Europeia, autorização que a Região “ainda nunca pediu”.

No debate do Programa do XII Governo Regional, Graça Silveira acusou o Secretário Regional dos Transportes de “enganar” os Açorianos, mostrando uma resposta oficial da Comissão Europeia, datada do passado mês de setembro, onde Bruxelas garante que “nunca foi contatada” pela Região para efeitos de análise prévia do investimento superior a 85 milhões de euros para a construção dos novos ferries.

Tratando-se de um investimento superior a 75 milhões de euros, a construção dos novos barcos de transporte marítimo de passageiros inter-ilhas carece de uma análise e autorização prévia da Comissão Europeia, mesmo estando previsto no âmbito do Programa Operacional Açores 2014-2020.

Por outro lado, a parlamentar do CDS-PP criticou o Governo Regional por outras opções políticas na área dos transportes, nomeadamente acusando o executivo socialista de “querer voltar ao século passado” no que toca ao transporte marítimo de combustíveis, uma vez que “no Programa do Governo está previsto que o transporte de combustível inter-ilhas volte a ser feito em contentores cisternas”.

“Esta opção para além de provocar graves problemas do ponto de vista ambiental, representa um regresso ao século passado”, criticou, lamentando ainda que, no âmbito do transporte marítimo de mercadorias, “o PS chumbou há pouco tempo uma proposta do CDS-PP para que se fizesse um estudo no sentido de se encontrarem novos e mais eficientes modelos de transporte, justificando que o modelo atual é a quinta maravilha do mundo, e agora, poucos meses depois, vem assumir a vontade de encontrar com os operadores novos modelos de transporte. O que é que mudou? Então só andamos a perder tempo?”, questionou.

 

Horta, 18 de novembro de 2016