Catarina Cabeceiras defende: Eletrificação da Fajã da Caldeira de Santo Cristo “urgente”

A Deputada do CDS-PP Catarina Cabeceiras entregou, esta segunda-feira, no Parlamento Açoriano, um Projeto de Resolução onde pede “urgência” ao Governo Regional na empreitada de eletrificação da Fajã da Caldeira de Santo Cristo, na ilha de São Jorge, apelando assim também ao “cumprimento das promessas de investimento público que se tem vindo a perpetuar no tempo”.

A Deputada popular eleita pela ilha de São Jorge lembra que, para além de um antigo compromisso socialista, a eletrificação do ex-libris das fajãs é “uma aspiração e necessidade da população que habita ou procura aquele lugar único nos Açores”, pelo que recomenda ao Governo que avance rapidamente com a empreitada.

No Projeto de Resolução que deu entrada nis serviços da Assembleia Legislativa da Região, Catarina Cabeceiras frisa que “atendendo à importância da preservação deste património é, indiscutivelmente, necessário implementar, de forma eficaz, uma estratégia global com objetivos e linhas de ação concertadas, preservando o ambiente, a cultura e as tradições da Fajã da Caldeira de Santo Cristo e garantindo, assim e de modo sustentável, a qualidade de vida neste local”, sustentando que “para o cumprimento de tal desiderato há muitos anos que se prometem investimentos públicos para aquele ecossistema, nomeadamente ao nível da eletrificação da Fajã, recorrendo-se à utilização de fontes de energia renováveis e alternativas”.  

Porém, acrescenta a parlamentar democrata-cristã, “até ao momento, nunca se procedeu à eletrificação da Fajã da Caldeira de Santo Cristo, o que obriga à manutenção, praticamente, em cada habitação de um gerador individual, promotor da proliferação de ruídos e consumos de combustível que nada abona a favor da qualidade ambiental daquele local”.

O CDS-PP acentua que “os sucessivos Governos Regionais do Partido Socialista têm vindo a assumir, já desde há longo tempo, o compromisso político de proceder aos investimentos necessários e conducentes à eletrificação da Fajã, estando, aliás, tal compromisso vertido em Comunicados do Conselho do Governo (por exemplo, os de 2009 e 2013, após visitas estatutárias à ilha de São Jorge) ou mesmo inscritas verbas em vários Planos Anuais Regionais (pelo menos nas últimas duas Legislaturas), inclusive no Plano de Investimentos do ano transato (2016)”. Aliás, reforça, “tal compromisso foi também assumido por declarações do anterior Diretor Regional da Energia, quando apontou, primeiro, que a eletrificação da Fajã estaria concluída em agosto de 2015, e, posteriormente, tendo tornado público que, afinal, o prazo estabelecido para seu cumprimento seria até ao final do ano de 2016”.

Catarina Cabeceiras afirma que “já existe o entendimento de que tal investimento deve ser concretizado com recurso a energias renováveis, nomeadamente à utilização de recursos hídricos (aproveitando-se o fluxo de uma ribeira que termina o seu curso na Fajã), salvaguardando-se desta forma o ambiente e indo de encontro às diversas classificações de cariz ambiental já referenciadas”.

Nestes termos, o Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores entregou esta iniciativa que “recomenda ao Governo Regional que execute, com a maior urgência, a empreitada de eletrificação da Fajã da Caldeira de Santo Cristo, na ilha de São Jorge, dando cumprimento às promessas de investimento público que se têm vindo a perpetuar no tempo e concretizando uma antiga aspiração e necessidade da população que habita ou procura aquele lugar único nos Açores”.

A Ilha de S. Jorge tem mais de sete dezenas de fajãs que constituem um património natural, paisagístico e cultural único no contexto da Região, conferindo um enorme potencial de projeção no exterior e, se bem potencializado, indutor de geração de riqueza, sendo, sem dúvida, as fajãs um dos elementos incontornáveis da promoção turística da Região, enquanto destino Natureza. A Caldeira de Santo Cristo foi uma das primeiras Áreas Protegidas a serem constituídas na Região (1984), sendo, atualmente, detentora de várias classificações: Reserva da Biosfera da UNESCO; Zona RAMSAR e Rede Natura 2000.

 

Velas, 20 de fevereiro de 2017